Claro que eu entreguei em inglês né? Mas tá aqui traduzido:
Primeiramente, choque. Desci de um avião extremamente pequeno, coisa que eu não estava acostumada e me deparei com uma cidade calma, calada, era Burlington. Umas das maiores cidades do estado de Vermont. Que confusão. Na minha cabeça aquele silencio só viria de um lugar como uma fazenda. Mas aquilo era uma fazenda. Pelo menos pra mim.. Segundo, choque de novo. Estava na casa que ficaria durante minha estadia mas não havia nenhuma outra casa por perto, nem mesmo uma estrada, carros ou ao menos o barulho deles. Terceiro, choque mais uma vez. A escola que eu iria frequentar era muito pequena comparada ao que eu estava acostumada. As pessoas eram poucas, e eu fiquei apavorava por saber que iria ver as mesmas caras sempre. Mas o que fazer? Não havia nada a fazer.
Eu deixei o tempo passar e por mais que as coisas nunca saissem como eu esperava, elas melhoraram. Pelo menos um pouco. A escola já não era mais tão diferente, agora eu estava acostumada e e já me pareciam um pouco familia. A casa que eu estou agora é pra mim meu refúgio aqui, o lugar que eu mais gosto de estar quando estou triste ou cansada. É estranho pensar assim. Enquanto eu fico achando tudo diferente, me decepcionando e me alegrando com coisas pequenas, os outros acham isso tudo tão normal. Não pra mim. Não mesmo. Como você ficaria saindo de um lugar que você viveu durante toda sua vida pra ir morar na casa de uma pessoa que você nunca viu, em um lugar totalmente diferente do que você está acostumado? E quando eu digo que é diferente, é porque é mais que isso, só não existe uma palavra certa, que demonstre o tamanho dessa diferença.
No Brasil eu moro em uma cidade com 700.000 pessoas e esse número não chega nem a população completa do estado de Vermont. Da pra perceber como são o oposto? É.. é difícil, mas acredito que os limites de cada um são nós mesmos que estabelecemos. Se você um dia chegou a se questionar se podia ou não fazer algo diferente assim, eu respondo.. não, melhor, a resposta está dentro de você. Por isso reafirmo, você não conhece o seu limite, você estabelece o seu limite. Pode ter certeza que só eu sei o que eu passei, o que eu senti e sinto mas penso que depois vai valer tudo a pena, eu sei que vai.
As vezes me sinto sozinha, as vezes me sinto em casa. Não há palavras que possam descrever exatamente como é viver em Vermont. Acho que as melhores sao estranho e diferente. Mas com certeza uma experiência inesquecivel, por tantas razões!